#8 Quem é você quando ninguém está por perto?

Desculpa a pergunta tão direta, mas é pro meu TCC.

mai 01, 2024

E, quando parece que vou dissertar sobre a origem da vida e o comportamento humano, eu só tô tentando entender o meu estilo na hora de me vestir. Essa paranoia ronda minha mente desde os primórdios. Eu me visto para mim ou para o outro? Minhas roupas passam alguma mensagem? Por que ainda tenho roupas de sair, de trabalhar e de ficar em casa, quando tudo que faço da vida é trabalhar? -Falando nisso, feliz dia pros meus proletariers exaustos, já ajusta o despertador que amanhã ainda é quinta!)- São muitas perguntas e tenho poucas respostas, porém tenho começado um movimento por aqui de fazer compras mais inteligentes. Eu era colorida e da estampa, só que enjoava da roupa em dois usos. Aos poucos, fui trocando tudo por roupas lisas e cores que permeiam o preto, bege (sim, mordi a língua), verde militar, jeans e marrom. Ou seja, tudo combina com tudo, o que me permite surtar e ter um tênis de limão siciliano. Ainda tô beeem no início dessa jornada e devo trazer mais pra frente dicas e exemplos mais estruturados. Por enquanto, fiquem com essa belezinha:

Pritaco:

s.m. 1. Palpite pouco confiável ou fidedigno; 2. Palpite dado por alguém que, geralmente, não conhece o assunto, mas insiste em comentar.

Abril foi diversificado por aqui, não mergulhei em um nicho específico, mas concluí um pouquinho de tudo, teve livro, série, muitooos vídeos de Youtube e algumas Newsletters.

🕵️‍♀️Misto-Quente - Adiei a leitura de Bukowski ao máximo. No passado, lendo resenhas, tive a impressão de que seria algo muito voltado ao sexo, quase um Cinquenta Tons de Cinza. Mas não é que o velho safado me conquistou? A Amazon resolveu ser generosa comigo e me presenteou com dois meses de Kindle Unlimited gratuitos, aproveitei para passar o Velho na frente e enfrentar essa leitura que foi uma surpresa deliciosa. A escrita dele é crua e precisa ser contextualiza. Todos os tipos de absurdos se encontram ali, porém ele fala, sem rebuscar, o que ninguém mais fala ou, quando fala, disfarça.

"O problema era que você precisava ficar constantemente escolhendo entre uma opção horrível e outra pavorosa, e, independente da sua escolha, eles cortavam mais um pedaço da sua carne, até que não restasse mais nada para descarnar. Por volta dos 25 anos, a maioria das pessoas estava liquidada. Uma maldita nação inteira de desgraçados dirigindo carros, comendo, tendo bebês, fazendo todas as coisas da pior maneira possível, como votar em candidatos à presidência que os fizessem lembrar de si mesmos.” Misto-Quente (Bukowski, Charles)

🕵️‍♀️Inacreditável - Entendam: a culpa NUNCA é da vítima. Essa é uma minissérie de 2019 que conta a história de um crime real, uma série de estupros contra mulheres. É uma boa séria para entendermos a diferença que uma profissional empática e bem preparada por fazer.

Ahhhh, não é uma indicação, mas preciso confessar que assisti à terceira temporada de Casamento às Cegas: Brasil.

Cansei de ser jovem.

Um espaço seguro para dizer que envelhecer é muito legal e muito cruel. Uma sessão onde vou reclamar, compartilhar e rir de tudo que vem acontecendo simplesmente porque o tempo está passando (rápido).

Sim, eu gosto de quebra-cabeças. Não tenho o espaço, o tempo ou o apoio necessário para a prática desse hobby. Ninguém do meu círculo de amizades compartilha tal gosto. Vejo uma poesia em sentar por horas, uma taça de vinho, um podcast e uma busca pelo encaixe perfeito. Conforme os dias vão passando, você não mais precisa da imagem de apoio, já conhece aquele ambiente confinado em seu quebra-cabeças como a palma da mão. Por vezes, esquece até do podcast, o silêncio embala a missão de chegar ao fim. Nesse último mês, depois de anos, comprei um QC (já vamos abreviando tudo em homenagem aos paulistanos) no grupo de desapegos aqui do prédio. Foram duas semanas em que eu pensava nisso a cada 30s. Se eu passasse pela sala de jantar, PÁ, colocava uma pecinha no lugar. Que prazer indescritível! Foram 1000 peças, 15 dias, um evento em casa no meio (precisei mover o bendito para um porta-puzzle) e muitas horas. Assim que terminei, já desmontei e me desapeguei. Esses momentos de pura contemplação são muito mais apreciados por mim depois de certa idade. Não lembro a data exata que essa transformação começou, mas, fala a verdade, eu tô ficando muito mais legal (ignorando todos os meus amigos que não tem paciência para isso e acham uma chatice sem fim).